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(Imagem: Google / Reprodução) |
É inegável a analogia imediata ao título do filme. A
curiosidade traz à tona uma ligação real ao enredo da trama. A começar pelos
seus diretores, os franceses Eric
Toledano e Olivier Nakache que não se deixam esquecer por sua obra anterior
, o filme “Intocáveis”.
A relação silenciosa e conturbada dos imigrantes na
França é retratada no filme de forma menos profunda e mais leve aos olhos do
espectador. Samba é o nome do personagem principal, protagonizado pelo ator Omar Sy, que luta para se manter no país
com a ajuda de uma agente de imigração (a atriz Charlotte Gainsbourg).
A mistura do semblante pendente e abatido de Gainsbourg com o sorriso largo do
protagonista causa uma sensação ilusória ao drama existente. É possível sorrir,quase
que em todos os momentos, com a tristeza nos olhos dos personagens. Mas isso,
só é possível pela entrega da não dramatização da realidade, o filme não quer escancarar
as feridas cruas da imigração. Ele apenas avisa que é precisoenxergar a beleza
humanística, e que será feito,sem pudores, através de risos. A graça consiste
em acompanhar a trama com algumas sonoridades brasileiras (entoadas por Jorge bem
Jor e Gilberto Gil) e suas sutis referências ao Brasil.
Há um grito pela aceitação da cultura alheia. A
polêmica dos imigrantes na Europa é tão atual quanto o amor entre diferentes
etnias. Porém, o grande questionamento do personagem principalfoi a sua falta
de identidade. Ele, por ser um estrangeiro ilegal, indaga sua existência justa
no país. Ocorre então uma pausa pensante no filme, e o desfecho revela-nos algo
mais complexo do que imaginaríamos no começo.
O filme dança de acordo com o ritmo de seu roteiro
(baseado no livro de DelphieCoulin) e
faz jus ao nome. Ao final, chegamos quase que exaustos pela a mudança da calmaria de ritmos para a agitação de passos dançantes.
Assim, com atuações de olhares angustiantes e rostos confortantes, Samba então berra
para que não nos esqueçamos de que ele só quis dançar mais uma vez.
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